Antiguidades Judaicas

“Antiguidades Judaicas” (em latim: “Antiquitates Judaicae”) é uma obra escrita por Flávio Josefo, o historiador judeu do primeiro século d.C. Ela é uma das principais fontes para o estudo da história judaica desde os tempos antigos até o período romano.

Josefo escreveu “Antiguidades Judaicas” por volta do ano 93 ou 94 d.C. durante o período em que ele estava em Roma, após ter sido capturado pelos romanos durante a Primeira Guerra Judaico-Romana. A obra é uma narrativa abrangente que começa com a criação do mundo, segundo a tradição judaica, e segue até a época contemporânea de Josefo, por volta do ano 66 d.C. Ele utiliza uma variedade de fontes, incluindo os escritos bíblicos, obras de historiadores gregos e romanos, bem como suas próprias experiências e observações.

“Antiguidades Judaicas” é dividida em 20 livros e aborda uma ampla gama de tópicos, incluindo a história dos patriarcas bíblicos, a escravidão no Egito, o Êxodo, a conquista de Canaã, a construção do Primeiro Templo, o exílio babilônico, o retorno dos exilados, o período do Segundo Templo, bem como os eventos políticos e sociais que levaram à Primeira Guerra Judaico-Romana.

A obra de Josefo é valorizada por fornecer informações valiosas sobre a história judaica e o contexto em que os eventos ocorreram. No entanto, os historiadores modernos também reconhecem que Josefo pode ter tido seus próprios objetivos e interesses ao escrever, e algumas de suas narrativas podem ser influenciadas por suas circunstâncias pessoais e políticas. Mesmo assim, “Antiguidades Judaicas” continua sendo uma fonte fundamental para o estudo da história antiga do povo judeu.

O autor

Flávio Josefo, cujo nome completo era Titus Flavius Josephus, foi um historiador judeu do século I d.C., nascido por volta do ano 37 d.C. em Jerusalém, que viveu durante o período do domínio romano na Judeia. Ele é mais conhecido por suas obras históricas que fornecem valiosas informações sobre a história judaica e o contexto em que ocorreram eventos importantes.

Josefo nasceu em uma família sacerdotal e recebeu uma educação religiosa e secular abrangente. Durante sua juventude, ele foi influenciado por várias filosofias e escolas de pensamento, incluindo o farisaísmo e o estoicismo. Durante a Primeira Guerra Judaico-Romana (66-73 d.C.), ele inicialmente liderou uma facção judaica contra os romanos, mas acabou sendo capturado pelos invasores.

Após sua captura, Flávio Josefo optou por cooperar com as autoridades romanas e tornou-se conselheiro e intérprete do general romano Vespasiano e, posteriormente, de seu filho Tito. Durante esse período, ele testemunhou os eventos que culminaram na destruição de Jerusalém e do Segundo Templo em 70 d.C.

Flávio Josefo é mais conhecido por duas de suas obras principais:

“A Guerra Judaica” (ou “De Bello Judaico”): Uma narrativa detalhada da Primeira Guerra Judaico-Romana, na qual ele oferece uma perspectiva única dos eventos que levaram à destruição de Jerusalém.
“Antiguidades Judaicas” (ou “Antiquitates Judaicae”): Uma obra que abrange a história judaica desde os tempos antigos até a época contemporânea de Josefo, fornecendo uma visão abrangente dos eventos e personagens importantes da história judaica.

Além dessas obras principais, Josefo também escreveu outras obras, incluindo “Vida” (uma autobiografia) e “Contra Apião” (uma defesa da cultura e história judaicas contra críticas pagãs).

Embora as obras de Flávio Josefo sejam altamente valorizadas como fontes históricas, alguns estudiosos questionam sua objetividade e precisão, argumentando que ele pode ter sido influenciado por suas circunstâncias pessoais e políticas. No entanto, suas obras continuam sendo uma fonte importante para o estudo da história judaica e do mundo mediterrâneo do século I d.C.