Sancho Pança é um personagem fundamental na obra de Miguel de Cervantes. Ele é o fiel escudeiro e companheiro de aventuras do protagonista Alonso Quixano. Sancho é um camponês simples, pragmático e realista, em contraste marcante com a loucura idealista e imaginativa de Dom Quixote.
Sancho Pança é recrutado pelo protagonista como seu escudeiro no início da narrativa, aceitando a oferta em troca da promessa de receber uma ilha como recompensa por seus serviços. Sua participação na história adiciona uma dimensão cômica e reflexiva à trama, servindo como contraponto ao idealismo desenfreado de Dom Quixote.
A principal característica de Sancho é sua busca por interesses práticos e materiais. Ao contrário de Dom Quixote, que enxerga o mundo através de uma lente romântica e cavaleiresca, Sancho está mais preocupado com a comida, o conforto e as promessas tangíveis. Seu realismo muitas vezes colide com as fantasias de Dom Quixote, gerando situações cômicas e reflexivas.
Sancho Pança também desempenha o papel de voz da razão em várias ocasiões, tentando dissuadir Dom Quixote de suas ideias extravagantes. No entanto, sua lealdade inabalável ao cavaleiro louco demonstra uma relação complexa entre os dois personagens. Apesar das diferenças, há um vínculo afetivo entre Dom Quixote e Sancho, e a interação entre eles é um elemento crucial na narrativa.
Através de Sancho Pança, Cervantes explora temas como a dualidade entre idealismo e pragmatismo, a natureza da realidade e a complexidade das relações humanas. Sancho é mais do que um simples alívio cômico; ele é um elemento crucial na estrutura da obra, contribuindo para a profundidade e complexidade do retrato da condição humana apresentado por Cervantes.
Romance:
“Dom Quixote” de Miguel de Cervantes é considerado um romance, mais especificamente um romance de cavalaria. No entanto, é importante notar que Cervantes incorpora elementos de sátira e metaficção na obra, desafiando e subvertendo as convenções do gênero de cavalaria popular na época.
A obra é frequentemente reconhecida como um precursor do romance moderno devido à sua abordagem inovadora na narrativa, caracterização complexa dos personagens e reflexões sobre a natureza da ficção. Assim, enquanto “Dom Quixote” tem raízes no romance de cavalaria, transcende esse gênero, sendo um trabalho literário multifacetado e influente que abrange várias camadas de significado.